Tarifaço e Contas Públicas: A Resposta do Governo Lula Agrava a Crise Fiscal

2025-08-18
Tarifaço e Contas Públicas: A Resposta do Governo Lula Agrava a Crise Fiscal
Jornal Estado de Minas

O aumento das tarifas de energia e os impactos nas contas públicas brasileiras voltaram a ser um ponto de tensão. A recente decisão do governo Lula de arcar com parte dos custos adicionais decorrentes do reajuste tarifário levanta sérias preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país. Essa medida, embora possa aliviar o bolso dos consumidores a curto prazo, tem o potencial de comprometer a saúde das finanças públicas a longo prazo.

O Problema do Resultado Primário

O resultado primário, um indicador crucial da situação fiscal, representa a diferença entre as receitas e as despesas do governo, excluindo os gastos com juros da dívida. Ao desembolsar recursos para cobrir parte do aumento das tarifas, o governo está injetando dinheiro no sistema sem que isso seja devidamente contabilizado no cálculo do resultado primário. Isso cria uma ilusão de controle fiscal, mascarando a verdadeira dimensão do déficit.

O 'Arcabouço Fiscal' em Xeque

O 'Arcabouço Fiscal', a nova regra fiscal estabelecida pelo governo Lula, visa garantir a sustentabilidade das contas públicas e o cumprimento de metas de controle de gastos. No entanto, medidas como a de absorver o impacto do tarifaço minam as bases desse arcabouço. Ao desviar recursos para fins específicos sem a devida contrapartida em cortes de gastos em outras áreas, o governo compromete a capacidade de cumprir as metas estabelecidas e de manter a disciplina fiscal.

Impactos a Longo Prazo

A decisão de arcar com o aumento das tarifas pode ter consequências negativas a longo prazo. Além de enfraquecer o 'Arcabouço Fiscal', essa medida pode gerar pressões por outras intervenções governamentais em setores específicos da economia. Isso pode levar a um ciclo vicioso de gastos públicos excessivos e dificuldades para controlar a dívida pública.

Alternativas e Recomendações

Em vez de simplesmente arcar com os custos adicionais, o governo poderia explorar alternativas para mitigar o impacto do tarifaço sobre os consumidores, como a revisão de contratos com fornecedores de energia, a promoção da eficiência energética e a implementação de programas de assistência social direcionados às famílias de baixa renda. Além disso, é fundamental que o governo demonstre compromisso com a disciplina fiscal, buscando equilibrar as necessidades sociais com a responsabilidade fiscal.

Conclusão

A resposta do governo Lula ao tarifaço é um sinal de alerta para a economia brasileira. Ao comprometer o 'Arcabouço Fiscal' e mascarar a verdadeira dimensão do déficit, o governo está colocando em risco a sustentabilidade das contas públicas e a credibilidade do país perante os investidores. É crucial que o governo reveja sua estratégia e adote medidas que promovam o equilíbrio fiscal e o crescimento econômico sustentável.

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