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A demolição do edifício que abrigava a antiga Escola Cultura Inglesa em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, no último sábado (19), desencadeou uma onda de indignação e protestos entre moradores e especialistas em urbanismo. O prédio, com forte ligação ao renomado arquiteto Rino Levi, foi derrubado para dar lugar a um novo empreendimento imobiliário, reacendendo o debate sobre a preservação do patrimônio histórico e a importância da memória urbana na cidade.

A Cultura Inglesa, fundada em 1929, era um marco na região de Pinheiros, conhecida por sua arquitetura modernista e seu papel na formação de gerações de estudantes. O edifício, projetado por Rino Levi na década de 1950, era um exemplo da arquitetura funcionalista, com linhas retas, amplos espaços e integração com a natureza. Levi, um dos principais nomes da arquitetura brasileira, é reconhecido por suas obras que valorizam a funcionalidade, a beleza e a integração com o ambiente urbano.

A demolição do prédio gerou forte reação nas redes sociais e entre os moradores do bairro, que se sentem privados de um importante símbolo da história de Pinheiros. Muitos questionam a falta de diálogo com a comunidade e a priorização do lucro em detrimento da preservação do patrimônio cultural. “É revoltante ver um prédio com tanta história sendo destruído para dar lugar a mais um prédio sem identidade”, lamenta Ana Paula, moradora do bairro há mais de 20 anos.

Especialistas em urbanismo também criticaram a decisão de demolir o edifício, argumentando que a preservação da memória urbana é fundamental para a construção de uma cidade mais humana e com identidade. “A demolição da Cultura Inglesa é um exemplo de como a especulação imobiliária pode destruir o patrimônio histórico e cultural da cidade”, afirma o urbanista Ricardo Oliveira. “É preciso que o poder público e os privados invistam na preservação do patrimônio existente, em vez de construir novos edifícios que não agregam valor à cidade.”

A demolição da Cultura Inglesa reacende o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes para a preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade de São Paulo. É preciso que a legislação seja mais rigorosa e que haja maior diálogo entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil para garantir que a memória urbana seja preservada para as futuras gerações.

A história da Cultura Inglesa e a sua demolição servem de alerta para a importância de valorizar e proteger o patrimônio histórico e cultural da cidade. É preciso que a sociedade se mobilize para defender a memória urbana e exigir que o poder público e a iniciativa privada assumam a responsabilidade de preservar o patrimônio existente.