Brasil: Meta de Médicos na Atenção Primária Alcançada, Mas Desafios Persistem em Regiões Mais Vulneráveis

O Brasil alcançou um marco importante na saúde pública: a meta de médicos na atenção primária. No entanto, um novo estudo da Umane e FGV Ibre revela que essa conquista esconde desafios significativos, especialmente em regiões mais pobres, onde a rotatividade de profissionais é alta. Além disso, apesar dos avanços na cobertura de serviços, nenhum estado brasileiro atingiu as metas estabelecidas para o controle de diabetes, hipertensão e vacinação infantil.
A Conquista da Meta de Médicos na Atenção Primária
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem investido continuamente na expansão da atenção primária, reconhecendo sua importância como porta de entrada para o sistema e como ponto central para a promoção da saúde e prevenção de doenças. O estudo da Umane e FGV Ibre aponta que o Brasil conseguiu atingir a meta de ter o número adequado de médicos para atender à demanda da população na atenção primária. Este é um resultado positivo que demonstra o esforço em fortalecer o sistema de saúde e garantir o acesso da população aos serviços básicos.
Rotatividade Elevada em Áreas Vulneráveis: Um Problema Urgente
Apesar da conquista da meta, o estudo alerta para um problema grave: a alta rotatividade de médicos em regiões mais pobres e remotas do país. Essa rotatividade impacta diretamente a qualidade do atendimento, a continuidade do cuidado e a confiança da população no sistema de saúde. Médicos que permanecem por pouco tempo em uma comunidade têm dificuldade em estabelecer vínculos com os pacientes e em compreender as necessidades específicas da região.
As causas da alta rotatividade são multifacetadas e incluem: má remuneração, falta de infraestrutura adequada, condições de trabalho precárias, isolamento geográfico e falta de apoio profissional. Para reverter essa situação, é fundamental que o governo invista em políticas que incentivem a permanência de médicos em áreas vulneráveis, como:
- Oferecer salários competitivos e benefícios atrativos;
- Melhorar a infraestrutura das unidades de saúde;
- Garantir o apoio e a supervisão de profissionais experientes;
- Promover a integração dos médicos com a comunidade local.
Metas Não Alcançadas: Diabetes, Hipertensão e Vacinação Infantil
O estudo também destaca que, apesar dos avanços na cobertura, nenhum estado brasileiro atingiu as metas estabelecidas para o controle de diabetes, hipertensão e vacinação infantil. Essas doenças crônicas representam um grande desafio para o SUS, pois exigem um acompanhamento contínuo e multidisciplinar. A baixa cobertura vacinal, por sua vez, coloca em risco a saúde de crianças e aumenta o risco de surtos de doenças infecciosas.
Para melhorar os indicadores nessas áreas, é necessário:
- Fortalecer a educação em saúde da população;
- Ampliar o acesso a exames de diagnóstico e tratamento;
- Aumentar a oferta de profissionais de saúde especializados;
- Implementar programas de prevenção e controle de doenças crônicas.
Conclusão: Avanços e Desafios na Saúde Pública Brasileira
O estudo da Umane e FGV Ibre apresenta um panorama complexo da saúde pública brasileira. Embora o país tenha alcançado a meta de médicos na atenção primária, persistem desafios significativos, como a alta rotatividade de profissionais em áreas vulneráveis e a não conquista das metas para o controle de diabetes, hipertensão e vacinação infantil. Superar esses desafios é fundamental para garantir o acesso universal e equitativo aos serviços de saúde e para melhorar a qualidade de vida da população brasileira. É preciso um esforço conjunto do governo, dos profissionais de saúde e da sociedade para construir um sistema de saúde mais forte e eficiente.