Crise na Saúde Primária: 6 em 10 Postos de Saúde no Brasil Funcionam com Apenas um Médico

Um relatório alarmante do Censo das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 2025, divulgado pelo Ministério da Saúde, revela uma grave situação na saúde primária do Brasil. A pesquisa aponta que mais da metade (60%) dos postos de saúde em todo o país operam com apenas um único médico, comprometendo a qualidade do atendimento e a capacidade de resposta às necessidades da população.
A falta de profissionais na linha de frente da saúde pública é um problema crônico, agravado pela crescente demanda por serviços e pela distribuição desigual de médicos em todo o território nacional. A UBS é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por ações de prevenção, promoção da saúde, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Com poucos médicos, a sobrecarga de trabalho aumenta, o tempo de consulta diminui e a qualidade do atendimento é prejudicada.
Além da escassez de médicos, o Censo também revelou que 60% das UBS necessitam de reformas estruturais. As condições precárias das instalações, como falta de equipamentos, problemas de infraestrutura e ambientes inadequados, dificultam ainda mais o trabalho dos profissionais de saúde e afetam a experiência dos pacientes.
Impactos na Saúde da População
A combinação da falta de médicos e das condições precárias das UBS tem consequências graves para a saúde da população, especialmente para as comunidades mais vulneráveis. A dificuldade de acesso a consultas médicas pode levar ao agravamento de doenças, à falta de acompanhamento de condições crônicas e ao aumento da mortalidade.
A sobrecarga de trabalho dos médicos também contribui para o desgaste profissional e o aumento do risco de erros médicos. A falta de tempo para aprofundar o diagnóstico e o tratamento pode comprometer a eficácia das ações de saúde e gerar insatisfação entre os pacientes.
Soluções para a Crise
Para reverter esse cenário, é urgente a implementação de medidas que visem fortalecer a saúde primária no Brasil. Algumas das soluções incluem:
- Aumento do número de médicos nas UBS: É necessário investir na formação e contratação de novos médicos, priorizando as regiões com maior carência de profissionais.
- Melhoria das condições de trabalho: Além de aumentar o número de médicos, é fundamental garantir que eles tenham condições adequadas de trabalho, com equipamentos, infraestrutura e apoio técnico.
- Incentivo à fixação de médicos em áreas remotas: A criação de programas de incentivo, como bolsas de estudo e moradia, pode atrair e fixar médicos em áreas remotas e de difícil acesso.
- Fortalecimento da gestão das UBS: É importante aprimorar a gestão das UBS, com a definição de metas, a avaliação de resultados e a participação da comunidade na tomada de decisões.
- Investimento em tecnologia: A utilização de ferramentas de telemedicina e prontuários eletrônicos pode otimizar o trabalho dos médicos e melhorar a qualidade do atendimento.
A saúde primária é a base de um sistema de saúde eficiente e equitativo. É fundamental que o governo, os profissionais de saúde e a sociedade civil se unam para garantir que todos os brasileiros tenham acesso a um atendimento de qualidade e integral.
O futuro da saúde no Brasil depende do fortalecimento da atenção primária. É hora de agir para garantir que os postos de saúde sejam verdadeiros centros de cuidado e prevenção, capazes de promover a saúde e o bem-estar da população.