PRR Saúde: Portugal corre contra o tempo para aproveitar os fundos europeus e transformar o SNS

O PRR, um plano ambicioso financiado pela União Europeia, visa impulsionar a recuperação económica e a transformação digital dos países membros após a pandemia de COVID-19. Em Portugal, uma parte significativa destes fundos foi destinada ao setor da saúde, com o objetivo de fortalecer o SNS, melhorar a qualidade dos serviços, reduzir as listas de espera e promover a inovação.
No entanto, a execução destes fundos tem sido um desafio. Relatórios recentes indicam que o ritmo de implementação é lento e que há um risco real de Portugal não conseguir cumprir o prazo final de agosto de 2026. A complexidade dos processos, a burocracia excessiva e a falta de capacidade técnica em algumas áreas são apontadas como os principais obstáculos.
O que está em jogo?
A não utilização total dos fundos do PRR representa uma oportunidade perdida para o SNS. Portugal poderia investir em áreas cruciais como:
- Digitalização do SNS: Implementação de sistemas de informação integrados, telemedicina e prontuários eletrónicos para melhorar a eficiência e a acessibilidade dos serviços.
- Modernização das infraestruturas: Renovação de hospitais e centros de saúde, criando ambientes mais modernos e equipados para atender às necessidades dos pacientes.
- Reforço dos cuidados de proximidade: Investimento em unidades de saúde familiar e outras estruturas de cuidados primários para aliviar a pressão sobre os hospitais e garantir uma melhor acompanhamento dos pacientes.
- Formação de profissionais de saúde: Capacitação dos profissionais de saúde em novas tecnologias e práticas, garantindo que estejam preparados para os desafios do futuro.
- Promoção da investigação e inovação: Apoio a projetos de investigação e desenvolvimento de novas terapias e tecnologias para melhorar a saúde da população.
O que precisa ser feito?
Para garantir que Portugal aproveite ao máximo os fundos do PRR, é necessário:
- Simplificar os processos: Reduzir a burocracia e agilizar a aprovação de projetos.
- Fortalecer a capacidade técnica: Investir em formação e recrutamento de profissionais qualificados para gerir os fundos.
- Melhorar a coordenação: Garantir uma comunicação eficiente entre os diferentes órgãos do governo e os hospitais.
- Monitorizar o progresso: Acompanhar de perto a execução dos projetos e identificar os obstáculos que surgirem.
- Ser flexível: Estar preparado para ajustar os planos e adaptar as estratégias às mudanças nas circunstâncias.
O futuro do SNS está em jogo. Portugal tem uma oportunidade única de transformar o sistema de saúde e garantir um futuro mais saudável para todos os cidadãos. Mas para isso, é preciso agir rapidamente e com determinação.