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A competitividade da economia portuguesa enfrenta desafios significativos num cenário global cada vez mais exigente. Para impulsionar o crescimento e fortalecer as empresas nacionais, especialistas defendem a criação de uma política governamental clara e eficaz no âmbito das fusões e aquisições (M&A). Esta abordagem estratégica visa permitir que as empresas portuguesas ganhem escala, músculo financeiro e capacidade de inovação, tornando-as mais resilientes e preparadas para competir em mercados internacionais.

Durante a conferência de lançamento do EContas, um painel de especialistas em finanças e economia destacou a importância de medidas que incentivem a concentração de empresas. A fragmentação do tecido empresarial português, em muitos setores, impede que as empresas atinjam a dimensão crítica necessária para investir em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, e para competir com sucesso contra os grandes players globais.

Os Benefícios da Concentração Empresarial

A concentração empresarial, através de fusões e aquisições, pode trazer uma série de benefícios para a economia portuguesa:

• Economias de Escala: Empresas maiores podem beneficiar de custos unitários mais baixos devido à produção em maior volume e à otimização de processos.
• Acesso a Capital: Empresas maiores tendem a ter maior facilidade em aceder a financiamento, tanto no mercado de capitais como através de empréstimos bancários.
• Inovação: A consolidação de empresas pode gerar sinergias e complementaridades que impulsionam a inovação e o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
• Expansão Internacional: Empresas maiores e mais financeiramente sólidas têm maior capacidade para investir em mercados internacionais e expandir as suas operações.
• Fortalecimento da Marca: A fusão de marcas fortes pode criar uma marca ainda mais reconhecida e valorizada no mercado.

O Papel do Governo: Criando um Ambiente Favorável

Para que a política de M&A seja eficaz, o Governo deve desempenhar um papel ativo na criação de um ambiente regulatório favorável. Isso inclui:

• Simplificação de Processos: Reduzir a burocracia e os custos associados a processos de fusões e aquisições.
• Incentivos Fiscais: Oferecer incentivos fiscais para empresas que se fundem ou adquirem outras empresas, especialmente em setores estratégicos.
• Garantias e Avales: Facilitar o acesso a financiamento para empresas que estão a realizar operações de M&A, através de garantias e avales estatais.
• Promoção da Transparência: Assegurar a transparência e a concorrência justa em todas as operações de M&A.

Desafios e Considerações

A implementação de uma política de M&A não está isenta de desafios. É importante considerar questões como a concorrência, a proteção dos trabalhadores e a prevenção da criação de monopólios. O Governo deve estabelecer regras claras e mecanismos de supervisão para garantir que as operações de M&A beneficiem a economia como um todo.

Em suma, a criação de uma política de fusões e aquisições é um passo fundamental para fortalecer a economia portuguesa e preparar as empresas para os desafios do futuro. Ao promover a concentração empresarial, o Governo pode contribuir para o aumento da competitividade, da inovação e do crescimento económico do país. A hora de agir é agora!